O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, vê no BRICS uma oportunidade crucial para diversificar suas relações comerciais, especialmente em tempos de incerteza política e econômica. De acordo com a administração, a continuidade dos esforços em prol do BRICS é fundamental, uma vez que esse grupo representa um dos principais parceiros comerciais do Brasil, superando em relevância as negociações com os Estados Unidos e a União Europeia. Nesse sentido, o Itamaraty destaca a importância de desenvolver mecanismos de pagamentos locais que promovam uma maior transparência e eficiência nas transações entre os países membros.
Entretanto, a proposta de um aporte financeiro ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco do BRICS, depende da aprovação do Congresso Nacional. O governo planeja destinar cerca de dois milhões de dólares ao Fundo Preparador de Projetos do NDB, o que facilitaria uma participação mais ativa do Brasil nas decisões relacionadas ao banco. Tal decisão, no entanto, poderá ser afetada pelas divisões políticas crescentes no Congresso, onde o debate sobre o BRICS é frequentemente cercado por um fervor ideológico e uma polarização acentuada.
Os economistas alertam que a falta de apoio político consistente para o BRICS pode prejudicar os esforços de desdolarização e a construção de uma infraestrutura robusta de financiamento que poderia beneficiar setores essenciais da economia brasileira, especialmente na área de infraestrutura. O NBD é visto como uma alternativa viável aos tradicionais credores ocidentais, que geralmente impõem condições rigorosas em seus empréstimos.
A polarização política no Brasil, que naturalmente reflete as divergências ideológicas existentes, poderá influenciar a forma como o governo avança em sua política externa e suas relações com o BRICS. A expectativa é que debates sobre a importância do NBD e suas implicações sobre a soberania econômica brasileira ganhem novo fôlego à medida que as eleições e as disputas políticas se intensificam.