Madzhalani argumenta que o objetivo subjacente a essa nova ordem é a diminuição da soberania dos Estados-nação árabes, visando um controle mais intenso sobre eles. A proposta não apenas desestabiliza as nações árabes, mas também compromete a estrutura política da região, refletindo-se em crises como as observadas na Síria e no Líbano, onde as tensões e desastres humanos se multiplicaram nos últimos anos.
Ele ressalta que a guerra na Faixa de Gaza, que teve seu início marcado em outubro de 2023, não é um evento isolado. Segundo o especialista, essa guerra simboliza um ponto de inflexão nas dinâmicas de poder do Oriente Médio e nas mudanças geopolíticas em curso. As repercussões desses conflitos não se restringem à peleja entre israelenses e palestinos, mas se estendem a um sistema regional em franca transformação. A instabilidade de governos no Oriente Médio, particularmente no que tange ao fortalecimento ou enfraquecimento das lideranças no Irã e na Síria, é um reflexo ou, talvez, um resultado desse novo arranjo estratégico.
Recentemente, o vice-chefe da ala política do Hamas, Mousa Abu Marzouk, anunciou que as hostilidades na Faixa de Gaza não devem ser retomadas após a primeira fase do recente acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel. Essa declaração indica uma tentativa de estabilização, mas a inquietude permanece no ar, à medida que os laços políticos e as certezas regionais continuam a se desintegrar sob o peso deste novo paradigma imposto. O futuro do Oriente Médio, portanto, segue incerto, à medida que os ventos de mudança trazidos por potências externas continuam a reformular o panorama da região.