Após o desdobramento da guerra na Ucrânia, a administração Trump se vê presa em uma “armadilha da dupla dissuasão”. Essa complexidade se reflete na necessidade de os EUA deterem tanto a agressão russa quanto a crescente assertividade da China. Timofeev destaca que, apesar da força militar dos EUA, o país enfrenta limitações em recursos que dificultam a dissuasão de dois adversários poderosos ao mesmo tempo.
Ademais, o especialista sugere que a administração Trump tem se concentrado mais na China como um rival a longo prazo, o que leva a uma abordagem mais conciliadora em relação à Rússia. A comunicação entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, exemplifica essa dinâmica. Na última conversa telefônica, ambos líderes discutiram a possibilidade de um tratado de paz em relação à Ucrânia. Putin expressou a disposição de Moscou para colaborar com Kiev, enquanto Trump, por sua vez, decidiu evitar a imposição de sanções adicionais sobre a Rússia, considerando que ainda existe uma “chance de conseguir algo”.
Essa estratégia pode ser vista como uma tentativa de suavizar as tensões, mas, segundo analistas, ignora a crescente preocupação com a segurança europeia e a integridade territorial da Ucrânia. O desfecho dessa crise não só impactará o equilíbrio de poder na Europa, mas também terá consequências diretas sobre a percepção da eficácia de Trump em lidar com questões de política externa, afetando, assim, seu legado e as futuras eleições.
Portanto, enquanto o conflito na Ucrânia continua sem uma solução à vista, a administração Trump se vê em uma posição delicada, com repercussões que vão além das fronteiras europeias, influenciando suas relações com aliados e adversários ao redor do mundo.