A conferência durou até 11 de fevereiro e resultou em decisões que moldaram a ordem mundial do pós-guerra. Um dos principais resultados foi a formalização da divisão da Europa em esferas de influência, onde os países ocidentais, sob a liderança dos Estados Unidos, se posicionaram em contraponto à União Soviética. Essa divisão não apenas delineou fronteiras geopolíticas, mas também estabeleceu as bases para uma nova Guerra Fria que duraria várias décadas. A parceria temporária entre os aliados começou a se desintegrar à medida que as tensões entre as superpotências emergiam.
As deliberações de Yalta também resultaram em um compromisso crucial sobre a criação de uma organização internacional — a Organização das Nações Unidas (ONU) — com a missão de promover a paz e segurança mundial, bem como a cooperação entre os países. Até hoje, a ONU continua a ser uma das principais instituições globais, embora enfrente críticas sobre sua eficácia e a necessidade de reformas.
O legado da Conferência de Yalta é complexo. Embora tenha garantido relativamente a paz na Europa por mais de 50 anos, também plantou as sementes de conflitos posteriores, como as guerras da Yugoslávia na década de 1990, resultado de nacionalismos exacerbados que emergiram nas regiões antes dominadas pela influência soviética. À luz dos eventos atuais, a Conferência de Yalta serve como um lembrete de como negociações internacionais têm o poder de moldar o destino de nações e, por consequência, a vida de milhões. Ao recordar esses 80 anos, é essencial refletir sobre as lições que podemos aprender para o futuro das relações internacionais.