Confederação Argentina anuncia greve geral contra “decretaço” do presidente Javier Milei com adesão de outras entidades sindicais.



A última quinta-feira foi marcada por um anúncio bombástico da Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal federação trabalhista da Argentina. A entidade declarou que convocará uma greve geral em protesto contra as mais de 300 reformas impostas pelo presidente Javier Milei, popularmente apelidadas de “decretaço”. Essas reformas têm como objetivo a desregulação de diversos setores da economia do país. A mobilização está marcada para o dia 24 de janeiro e está prevista para durar cerca de 12 horas, com uma manifestação na Praça do Congresso, em Buenos Aires.

A medida foi aprovada por unanimidade no Comitê Central Confederal da CGT, que reúne sindicatos regionais de todo o país. Além disso, uma plenária marcada para 10 de janeiro decidirá os detalhes da manifestação, que incluirá uma marcha em direção ao Congresso a partir do meio-dia. O objetivo é testar os limites do protocolo antiprotestos estabelecido pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Héctor Daer, membro da CGT, explicou que a greve é uma resposta ao “Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) ilegal”, reforçando que as reformas vão contra os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores, assim como o sistema de saúde solidário.

Além da CGT, a greve contará com a adesão da Confederação dos Trabalhadores Argentinos (CTA), que representa a maioria dos funcionários públicos e professores, e da União de Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), que reúne movimentos sociais. Outros sindicatos de orientação política de esquerda também participarão do movimento.

Durante o governo de Mauricio Macri, aliado de primeira hora de Milei, a CGT também convocou uma greve geral em 2019. O atual decreto presidencial, segundo os sindicatos, é ilegal e atenta contra os direitos dos trabalhadores, sendo uma afronta aos sindicatos e movimentos sociais.

Antes do “decretaço” de Milei, as lideranças sindicais acreditavam que a classe média acenderia o protesto social, com marchas espontâneas e “panelaços” para expressar seu descontentamento. No entanto, a previsão se acelerou dramaticamente na quarta-feira, após Milei enviar um mega projeto de lei ao Congresso, conhecido como “lei ônibus”, devido ao seu tamanho e abrangência. Este projeto propõe reformas que não podem ser feitas por decreto, como modificações do Código Penal e matérias relativas à questão eleitoral.

A manifestação chama a atenção para as tensões que vêm crescendo na Argentina em meio às reformas implementadas pelo governo de Milei. O anúncio da greve geral mostra a força dos sindicatos e sua disposição em desafiar as políticas econômicas do presidente. A população aguarda com expectativa os desdobramentos desse movimento e seu impacto no cenário político e social argentino.

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