Comissário da UE defende ‘Europa em primeiro lugar’ diante da iminente guerra comercial entre EUA e China



A crescente tensão entre Estados Unidos e China em relação ao comércio internacional está se tornando uma preocupação significativa para a União Europeia, especialmente sob a liderança do novo comissário europeu para a indústria, Stéphane Séjourné. Em um cenário onde o protecionismo se torna cada vez mais comum, Séjourné defende uma abordagem que coloca a Europa em primeiro lugar, similar à lógica utilizada por Donald Trump durante sua administração anterior.

A iminência de tarifas prometidas por Trump, que assume a Casa Branca novamente em janeiro de 2024, gera apreensão entre os líderes europeus. Eles temem que a Europa possa se tornar uma “vítima colateral” de uma guerra comercial mundial, o que poderia desestabilizar não só o comércio, mas também as cadeias de produção que são vitais para a economia do bloco. Séjourné expressou suas preocupações, alertando que uma “fechadura” do mercado americano pode fazer com que a Europa se transforme em um destino frágil para exportações, comprometendo sua capacidade de produção.

Desde a crise financeira de 2008, a indústria europeia tem enfrentado desafios imensos, que se intensificaram diante da competição desigual com indústrias de países, como a China, que conseguem operar com custos de produção mais baixos. O novo planejamento da Comissão Europeia busca restaurar a competitividade da indústria local, mas divide opiniões sobre como proceder. Alguns defendem a aproximação com os Estados Unidos como meio de garantir um tratamento favorável nas tarifas, enquanto outros, como Séjourné, sugerem uma retórica mais protecionista para resguardar o mercado europeu.

“Queremos reviver a política industrial europeia e estabelecer uma doutrina econômica que nunca tivemos”, afirmou Séjourné, enfatizando a necessidade urgente de reavaliar a dependência da Europa em relação aos Estados Unidos, especialmente à luz dos investimentos que desapareceram ao longo dos anos. O futuro do comércio internacional e da economia europeia pode depender das estratégias que o bloco desenvolver para se proteger neste cenário incerto. A busca por um modelo industrial que enfrente eficazmente as pressões externas é uma prioridade que promete moldar os próximos capítulos da economia européia.

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