A iminência de tarifas prometidas por Trump, que assume a Casa Branca novamente em janeiro de 2024, gera apreensão entre os líderes europeus. Eles temem que a Europa possa se tornar uma “vítima colateral” de uma guerra comercial mundial, o que poderia desestabilizar não só o comércio, mas também as cadeias de produção que são vitais para a economia do bloco. Séjourné expressou suas preocupações, alertando que uma “fechadura” do mercado americano pode fazer com que a Europa se transforme em um destino frágil para exportações, comprometendo sua capacidade de produção.
Desde a crise financeira de 2008, a indústria europeia tem enfrentado desafios imensos, que se intensificaram diante da competição desigual com indústrias de países, como a China, que conseguem operar com custos de produção mais baixos. O novo planejamento da Comissão Europeia busca restaurar a competitividade da indústria local, mas divide opiniões sobre como proceder. Alguns defendem a aproximação com os Estados Unidos como meio de garantir um tratamento favorável nas tarifas, enquanto outros, como Séjourné, sugerem uma retórica mais protecionista para resguardar o mercado europeu.
“Queremos reviver a política industrial europeia e estabelecer uma doutrina econômica que nunca tivemos”, afirmou Séjourné, enfatizando a necessidade urgente de reavaliar a dependência da Europa em relação aos Estados Unidos, especialmente à luz dos investimentos que desapareceram ao longo dos anos. O futuro do comércio internacional e da economia europeia pode depender das estratégias que o bloco desenvolver para se proteger neste cenário incerto. A busca por um modelo industrial que enfrente eficazmente as pressões externas é uma prioridade que promete moldar os próximos capítulos da economia européia.