Comissão Especial da Câmara Começa Análise de PEC que Criminaliza Posse de Drogas em Qualquer Quantidade



A formação da comissão especial destinada a debater a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe a criminalização da posse ou porte de drogas em qualquer quantidade alcançou um marco significativo esta semana. Com as últimas designações feitas pelo Partido Liberal (PL), o grupo agora conta com o número de deputados necessários para iniciar os trabalhos. A PEC, inicialmente aprovada pelo Senado em abril e posteriormente remetida à Câmara dos Deputados, obteve um parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em junho. Diante disso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), solicitou a criação de uma comissão especial para uma análise mais aprofundada da proposta.

A comissão especial, que precisava atingir um quorum específico para ser instalada, finalmente deu este passo crucial após o PL indicar seus representantes. Até o momento, o grupo é composto por 17 membros titulares e 16 suplentes. Entre os partidos que já confirmaram seus deputados estão o PP, Republicanos, PSD, Podemos, e PRB, além do próprio PL. No entanto, ainda há 17 vagas a serem preenchidas, especialmente pelos partidos que ainda não fizeram suas indicações, como o PT, PDT, PSB e PSOL.

A PEC em discussão visa enfrentar diretamente a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que descriminalizou o porte de até 40 gramas de maconha ou a posse de até seis pés da planta para uso pessoal. Pela decisão do STF, indivíduos flagrados com essas quantidades não seriam criminalizados, sendo enquadrados apenas como usuários. O Legislativo, por meio desta emenda constitucional, busca reverter essa descriminalização imposta pelo STF, reafirmando a criminalização mesmo para pequenas quantidades de drogas.

O avanço das indicações parlamentares ocorre em um contexto de tensão entre o Legislativo e o STF. Um exemplo palpável dessa pressão é a liminar do ministro Flávio Dino, ratificada por unanimidade pelo plenário do Supremo, que determinou a suspensão dos pagamentos de emendas parlamentares até que novas regras de transparência sejam estabelecidas. Este cenário de embates institucionais intensifica a importância da comissão especial, visto que ela poderá definir o rumo da política de drogas no Brasil, impactando diretamente a relação entre Legislativo, Judiciário e a própria sociedade.

Assim, a criação da comissão especial não apenas representa um avanço administrativo, mas também simboliza um campo de batalha legislativo e jurídico no tocante à regulamentação sobre drogas, com desdobramentos significativos para a política nacional.

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