De acordo com Amin, o tratado firmado entre os governos brasileiro e paraguaio estabeleceu que a energia elétrica gerada pela usina seria comprada compulsoriamente por ambos os países a um preço definido pela própria hidrelétrica. No Brasil, os consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste adquirem a energia de Itaipu por meio das distribuidoras. O senador ressaltou que essa situação é uma grave distorção, com preços mais altos do que deveriam e pouca transparência.
Amin já questionou anteriormente o Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o assunto e recebeu como resposta que tudo está sendo feito de acordo com o tratado e que os administradores da empresa têm autonomia para definir a tarifa. O senador classificou essa situação como absurda e considerou inaceitável a falta de controle nos gastos de Itaipu e a indiferença dos responsáveis pela gestão e regulação da empresa em relação aos consumidores.
Ele sugeriu que a administração de Itaipu deveria fazer parte do orçamento brasileiro, o que permitiria mais transparência e controle. Amin também mencionou a criação do Conselho de Contas de Itaipu, que está previsto em lei, mas ainda não foi implementado. Segundo o senador, a diretoria de Itaipu toma todas as decisões por falta de concorrência e a atuação adequada do Tribunal de Contas da União (TCU).
Durante a audiência, o diretor Enio Verri apresentou dados sobre Itaipu, destacando que a usina foi responsável por cerca de 9% da energia consumida no Brasil no ano passado e por mais de 86% da energia no Paraguai. Ele também mencionou a responsabilidade social e ambiental da empresa. Verri explicou que a governança da empresa é bastante específica, com seis conselheiros nomeados por cada país e outros dois cargos ocupados pelos ministros das Relações Exteriores.
Verri também mencionou que Itaipu pratica a terceira tarifa de energia mais barata do Brasil e que o Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse), que impacta na tarifa final, atingirá o menor patamar dos últimos 20 anos este ano. Ele admitiu que há diferenças de interesses na gestão de Itaipu, com o Paraguai buscando uma tarifa mais alta para arrecadar fundos para investimentos no país.
Os senadores Beto Faro (PT-PA) e Lucas Barreto (PSD-AP), assim como os deputados Elton Welter (PT-PR) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também manifestaram apoio à redução da tarifa de energia. Amin ressaltou a importância do encontro e a participação popular através do portal e-Cidadania, onde foram enviadas mensagens com questionamentos sobre as questões ambientais, incentivo à geração doméstica de energia e transparência na composição da tarifa.
Em resumo, a audiência realizada pela CI com o diretor de Itaipu discutiu a tarifa cobrada pela usina e levantou a questão da falta de transparência e controle nos gastos da empresa. Os participantes destacaram a importância de reduzir a tarifa e garantir uma maior inclusão social. A reunião também evidenciou a necessidade de maior atuação do TCU e a implementação do Conselho de Contas de Itaipu.