Colômbia se junta à Iniciativa Cinturão e Rota da China, desafiando influência dos EUA na América Latina e fortalecendo laços em infraestrutura e tecnologia.



A recente adesão da Colômbia à iniciativa Cinturão e Rota, promovida pela China, representa um importante desdobramento nas relações internacionais, especialmente nas dinâmicas da América Latina e sua interação com potências globais. Essa decisão foi oficializada durante o IV Fórum da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC)-China, realizado em Pequim em maio de 2025, onde o presidente chinês, Xi Jinping, anunciou uma significativa linha de crédito de cerca de US$ 10 bilhões para a região.

A integração colombiana à Cinturão e Rota é emblemática, pois coloca um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos em um novo alinhamento econômico com a China. Especialistas em relações internacionais, como Andrew Traumann e Maria Elena Rodríguez, observam que a Colômbia possui características geográficas únicas – localizada em três regiões distintas da América Latina: a Amazônia, o Caribe e a Cordilheira dos Andes. Isso lhe confere uma posição estratégica, potencializando sua relevância nas iniciativas de infraestrutura e comércio que a China busca expandir.

Traumann destaca que, ao contrário de países como Brasil e Rússia, que rejeitaram a iniciativa, a Colômbia enfrenta uma necessidade estrutural de investimentos, dado seu potencial não explorado em áreas como petróleo, mineração e turismo. A adesão à Cinturão e Rota se torna, portanto, uma solução para impulsionar seu desenvolvimento e infraestrutura, refletindo uma mudança na maneira como a América Latina se posiciona frente a suas parcerias históricas, especialmente com os EUA.

Rodríguez enfatiza que o governo de Gustavo Petro está mirando em projetos que vão além de apenas infraestrutura física. O foco inclui a transição energética e segurança alimentar, entre outros temas inovadores, como inteligência artificial e saúde. Isso indica uma mudança na abordagem de desenvolvimento da Colômbia, que busca alinhar-se a uma agenda mais global e menos dependente dos padrões tradicionais impostos por potências ocidentais.

Em uma reflexão mais ampla, especialistas sugerem que a América Latina não é mais automatizada em sua lealdade histórica aos Estados Unidos. A dinâmica atual revela uma região que, há duas décadas, começou a explorar alternativas para garantir um papel mais autônomo e influente na geopolítica global. Esse fenômeno é um reflexo de um continente que, em busca de um novo futuro, parece estar pronto para redefinir sua identidade e suas interações no cenário global.

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