A votação do CNE, que resultou em sete votos a favor da investigação e dois contra, levanta questões sobre a legalidade e a natureza das acusações. Petro é acusado de não declarar adequadamente certos empréstimos e depósitos relacionados às suas despesas de campanha. No entanto, como se trata de um processo administrativo, não há possibilidade de destituição do presidente, uma vez que tal poder é exclusivo do Congresso colombiano.
Gustavo Petro não hesitou em expressar sua indignação nas redes sociais, afirmando que as ações do CNE poderiam ser vistas como um golpe parlamentar. Ele salientou que essa investigação é, na verdade, uma manobra para retirá-lo da vida política e, se prosperar, representará uma “afronta” à democracia do país. Petro fez alusão ao histórico envolvimento de seus acusadores — Germán Vargas Lleras e Néstor Humberto Martínez, ambos figuras políticas tradicionais e críticos de sua administração — sugerindo que suas motivações são mais políticas do que legais.
A repercussão da situação chama atenção internacional, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, manifestou suporte ao presidente colombiano. Em uma entrevista coletiva, ela expressou preocupação com a abertura de uma investigação de despesas de campanha, destacando que isso acontece dois anos após a eleição, o que levanta dúvidas sobre a sua legitimidade.
Com o cenário político abalado por essa nova investigação, a Colômbia se vê diante de um embate entre um governo jovem e reformista e uma oposição que se recusa a aceitar a mudança e que busca desgastar o atual presidente por meio de mecanismos institucionais. Assim, a democracia colombiana enfrenta um teste crucial, e o impacto dessa investigação pode reverberar por muito tempo, tanto na estabilidade do governo Petro quanto na confiança da população nas instituições democráticas do país.