A crise relacionada à Braskem começou em 2018, quando surgiram os primeiros sinais de problemas, com o aparecimento de rachaduras em imóveis do bairro do Pinheiro, que culminaram na realocação de cerca de 60 mil pessoas. De acordo com dados da Defesa Civil, até o momento, 14.549 imóveis foram condenados, sendo que 9.976 já foram demolidos. Como resposta às preocupações com a segurança, a Braskem suspendeu suas atividades de extração em 2019 e direcionou esforços ao preenchimento das 35 cavidades localizadas em Maceió.
Recentemente, em novembro, a empresa e 19 de seus executivos foram indiciados pela Polícia Federal de Alagoas sob a acusação de terem produzido laudos falsos, além de suspeitas em relação a manchas que indicam poluição na região. Vídeos que documentam a situação da mina e da lagoa Mundaú foram compartilhados por um canal de YouTube, revelando não apenas danos visuais, mas também evidências da mortandade de peixes na área.
As preocupações sobre a situação atual da mina 27, que está situada em uma área submersa próxima ao Hospital Psiquiátrico José Lopes, também se intensificaram, especialmente após a interrupção temporária das atividades de preenchimento. A Braskem declarou que a mina 18 está autopreenchida e que mais estudos estão sendo realizados antes de submeter um plano à Agência Nacional de Mineração.
A petroquímica também ressaltou seu compromisso com a segurança das pessoas e a mitigação dos impactos decorrentes da desocupação, destacando ações de realocação, apoio psicológico, e monitoramento das áreas afetadas. Desde o início das atividades de mineração em Maceió em 1979 até sua suspensão em 2019, a situação em toda a área urbana se deteriorou, abrindo um debate urgente sobre a responsabilidade ambiental e os direitos das famílias afetadas.