O juiz Cláudio Cardoso França tinha cerca de três mil processos parados em sua vara, representando uma impressionante quantidade de 30% do total dos processos em tramitação na 5.ª Vara Cível de Campos dos Goytacazes. Essa situação crítica levou o CNJ a impor sanções, já que França havia sido advertido anteriormente por várias vezes. As investigações revelaram que ele também foi acusado de manipular informações em sistemas virtuais para ocultar processos que estavam prontos para julgamento, o que indicava uma tentativa de se transferir para outra comarca.
Além disso, a inspeção feita na 5.ª Vara revelou que a forma como os casos eram organizados e processados seguia critérios estabelecidos pelo próprio juiz, criando um cenário de ineficiência que, segundo o conselheiro Pablo Coutinho, comprometeu seriamente os direitos dos jurisdicionados.
Por sua vez, a juíza Cleonice Fernandes de Menezes Trigueiro enfrentou uma situação semelhante em Manaus, onde processos na 7.ª Vara de Família estavam paralisados. Assim como no caso de França, o plenário do CNJ decidiu, por unanimidade, afastá-la de suas funções. Investigações anteriores já haviam apontado que a magistrada não estava cumprindo um plano de ação que previa a realização de um número específico de audiências diárias, o que agravou ainda mais a situação de lentidão processual.
Apesar do efetivo de pessoal na vara de Cleonice ser superior ao recomendado, a relatora do caso destacou a falta de empenho da juíza em cumprir as obrigações estabelecidas, o que, segundo ela, é uma violação direta dos deveres previstos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
Esses afastamentos evidenciam a atuação rigorosa do CNJ frente a casos de ineficiência no Judiciário, reafirmando a necessidade de garantir uma justiça célere e eficaz para todos os cidadãos.