A paciente em questão é a iraniana-brasileira Shirian Saraeian, que submeteu-se a uma abdominoplastia e uma lipoescultura com o cirurgião na cidade de São Paulo. Após três semanas do procedimento, ela foi diagnosticada com cegueira, desencadeando uma série de eventos jurídicos posteriores.
Shirian conheceu e contratou os serviços de Tatagiba pela internet, onde ele possui uma grande quantidade de seguidores e afirma ter realizado milhares de cirurgias. Antes da intervenção, a paciente passou por exames que atestaram sua boa saúde e ausência de comorbidades.
No entanto, logo após acordar das cirurgias, Shirian apresentou dificuldade para respirar e tontura, evoluindo para a perda súbita da visão no olho esquerdo, posteriormente afetando também o olho direito. A paciente tentou entrar em contato com o cirurgião diversas vezes após os sintomas, sem sucesso em obter respostas imediatas.
Durante o desenrolar do processo, laudos médicos apresentados à Justiça indicaram uma relação entre a conduta de Tatagiba e a perda da visão da paciente. A juíza responsável pelo caso concordou com essas conclusões, afirmando que o especialista falhou em assumir sua responsabilidade no pós-operatório.
Além dessa condenação, o cirurgião enfrenta diversos outros processos em diferentes estados brasileiros, incluindo Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A defesa de Tatagiba considerou a decisão da juíza “inconcebível” e já está providenciando recursos para reverter a sentença.
Em meio a essas repercussões judiciais, a situação de Shirian trouxe à tona questões éticas e de responsabilidade médica que são cruciais no universo da cirurgia plástica. O caso reforça a importância da cautela na escolha de profissionais de saúde e da necessidade de uma regulamentação rigorosa dentro da área da medicina estética.