Equipado com 50 qubits – a unidade básica da computação quântica – o novo computador tem potencial para transformar áreas críticas, como inteligência artificial e segurança cibernética, bem como facilitar simulações de processos químicos e físicos que são fundamentais para o avanço tecnológico. Até o final de 2025, previsões apontam para a introdução de dispositivos ainda mais potentes, com 75 qubits, ampliando ainda mais o alcance de suas aplicações.
A tecnologia por trás deste computador quântico se baseia no uso de qubits, que, ao contrário dos bits tradicionais que representam um estado de 0 ou 1, podem ser simultaneamente 0, 1 ou ambos. Essa propriedade não apenas permite operações mais rápidas, mas também possibilita uma capacidade de processamento maciça, essencial para resolver problemas complexos em frações de tempo. Para alcançar essa eficácia, o computador utiliza átomos eletricamente carregados que são manipulados em campos eletromagnéticos, oferecendo operações quânticas com precisão ímpar.
Os investimentos em pesquisa quântica realizados pelo governo russo e pela Rosatom somam mais de 24 bilhões de rublos, o que equivale a aproximadamente R$ 1,45 trilhão. Essa injeção de recursos visa não apenas desenvolver tecnologias avançadas, mas também vaticina um futuro no qual esses computadores possam facilitar a criação de medicamentos e tratamentos personalizados, realizando simulações moleculares detalhadas.
No entanto, desafios significativos permanecem. Um dos principais obstáculos é a eficiência energética necessária para operar supercomputadores, que consomem dezenas de megawatts. Ruslan Yunusov, cofundador do Centro Quântico Russo, destaca a urgência de encontrar soluções sustentáveis que evitem que os custos elevados de energia inviabilizem o progresso. Sua proposta de “cultivar” materiais que poderiam ser utilizados em vez de fabricá-los é uma ideia inovadora, sugerindo que, no futuro, poderíamos até mesmo cultivar nossas estruturas em vez de construí-las.
Essa pesquisa não apenas posiciona a Rússia como um potencial líder na computação quântica, mas também abre novos horizontes na intersecção entre ciência e sustentabilidade, revelando o imenso potencial que o desenvolvimento dessa tecnologia pode ter em diversos aspectos da sociedade.