O estudo revelou que mais de 80% dos pacientes oncológicos enfrentam deficiências nutricionais durante o tratamento, resultando em uma ingestão insuficiente de nutrientes essenciais necessários para a recuperação e o funcionamento adequado do organismo. Consciente dessa realidade, os cientistas da SGMU desenvolveram as chamadas “sippings”, ou doses, que consistem em misturas nutricionais formuladas para preencher essas lacunas alimentares.
Para avaliar a eficácia desta nova abordagem, uma pesquisa foi conduzida com 30 pacientes diagnosticados com diferentes tipos de câncer, incluindo aqueles de rim, bexiga e próstata. Após as operações, os pacientes foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu a suplementação nutricional das sippings, enquanto o segundo grupo não recebeu qualquer tipo de suporte nutricional. Os resultados foram surpreendentes: o grupo que utilizou as misturas apresentou uma redução de 50% nas complicações pós-operatórias e uma melhora significativa na cicatrização das feridas cirúrgicas, além de um melhor gerenciamento da condição subjacente.
Outro achado relevante do estudo foi a diminuição do risco de complicações metabólicas, levando a uma redução na duração média de internação hospitalar em três dias. Para se ter uma ideia do impacto das sippings, 73,3% dos pacientes do grupo experimental experimentaram melhorias em sua condição geral, em contraste com apenas 20% do grupo que não recebeu tratamento nutricional.
Os pesquisadores ressaltaram ainda que aqueles que não foram submetidos à suplementação apresentaram uma maior incidência de distúrbios gastrointestinais, afetando 86,5% dos casos.
Diante dos resultados promissores, os cientistas da SGMU estão agora focados em ampliar o uso dessa solução nutricional e explorar seus efeitos em diferentes perfis de pacientes. O projeto é parte de uma iniciativa mais ampla, visando desenvolver uma indústria alimentícia adaptativa voltada para a saúde em um contexto de inovação e pesquisa contínua.