A preocupação com o lixo espacial está crescendo à medida que mais satélites e missões espaciais são lançados. Um pequeno pedaço de detrito pode causar danos imprevisíveis, enquanto fragmentos maiores, como satélites inoperantes ou estágios de foguetes, representam um risco ainda mais elevado, podendo levar à destruição total de veículos espaciais, incluindo a EEI. Atualmente, o método convencional de evitar colisões é a manobra de ajuste orbital, que envolve o consumo intenso de combustível. Desde 1999, 38 manobras desse tipo foram realizadas pela EEI, usando uma quantidade significativa de recursos.
O novo sistema proposto é altamente eficiente em comparação. Ele inclui um veículo especial que se desacopla da EEI em situações de risco. Ao se aproximar dos detritos, esse equipamento utiliza um motor a jato elétrico para direcionar um fluxo de íons, “soprando” os detritos para longe de suas trajetórias perigosas, numa analogia com o uso de um secador de cabelo. Um dos membros da equipe, o professor Vladimir Aslanov, destaca que essa abordagem pode economizar até 90% do combustível normalmente necessário para evitar uma colisão.
A precisão do sistema se baseia em dados que podem ser obtidos com cerca de dois dias de antecedência em relação a uma ameaça de colisão. Essa breve janela de tempo representa um desafio, mas os pesquisadores acreditam que, com o veículo apropriado, poderão realizar as manobras necessárias eficazmente. Ao permitir uma resposta mais ágil e economizar recursos, o novo método não apenas protege a EEI, mas também abre novas possibilidades para missões futuras em um espaço cada vez mais congestionado. Os resultados desse estudo foram documentados na revista científica “Acta Astronautica”, contribuindo para o corpo de conhecimento sobre a exploração e segurança espacial.