Um dos convidados, o senador Izalci Lucas (PSDB-SP), anunciou a intenção de elaborar um manifesto sobre a necessidade de mais recursos para a Ciência e Tecnologia. Durante a discussão, o divulgador científico Átila Iamarino ressaltou a importância de os cientistas divulgarem suas pesquisas em linguagem acessível pela internet, destacando que os meios de comunicação não vão até eles. Ele mencionou o exemplo da Nasa, que utiliza estratégias de comunicação nas redes sociais e conta com 200 milhões de seguidores.
Nesse sentido, a secretária do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Márcia Cristina Barbosa, também defendeu a popularização da ciência como forma de aumentar o interesse dos jovens. Ela ressaltou que o Brasil está atrás de países como Argentina e Chile em número de pós-graduandos e sugeriu que as pessoas acessem o site da Academia Brasileira de Ciências para assistir às animações sobre cientistas brasileiros.
Enquanto alguns participantes da audiência enfatizavam a importância de investir na divulgação científica, outros lamentavam as restrições fiscais impostas à área. Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências, criticou a decisão da Câmara dos Deputados de manter o setor nos limites fiscais anuais. Segundo ela, a área científica já enfrenta dificuldades para garantir recursos para pesquisas, e a situação se agrava quando se trata da divulgação científica.
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, também abordou a questão do negacionismo no país e citou o alto número de mortes por Covid-19 no Brasil em comparação com o resto do mundo. Ele ressaltou a importância de valorizar a ciência como um instrumento para enfrentar os desafios socioambientais.
Além disso, a audiência contou com a participação de representantes de empresas, como Paulo Roberto Gandolfi, diretor da 3M do Brasil, que mencionou uma pesquisa que revela a preocupação dos brasileiros com as mudanças climáticas e a crença na capacidade da ciência para minimizar seus efeitos. Roseli Lopes, diretora do Instituto de Estudos Avançados da USP, falou sobre a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, que busca estimular jovens e professores para a pesquisa científica em áreas como recursos hídricos, agricultura sustentável e tratamento do lixo.
Diante das discussões e depoimentos apresentados na audiência pública, fica evidente a importância de divulgar a ciência de forma acessível e disseminar o conhecimento científico para a sociedade. É essencial que haja investimentos e recursos adequados no setor, garantindo assim o desenvolvimento científico e tecnológico do país.