O sarcófago da mulher, identificada como Takerheb, foi descoberto na segunda metade do século XIX e posteriormente transferido para o Museu de Perth em 1936. Os estudiosos determinaram que Takerheb morreu aos 30 anos e sofria de problemas dentários significativos. A análise sugere que, devido à ausência de cabelo, ela pode ter sido uma sacerdotisa ou uma princesa, um status que indicaria a possibilidade de usar adornos cerimoniais, como perucas.
O Dr. Mark Hall, responsável pelas coleções do museu, destaca que esse período corresponde a um momento crucial na história do Egito, quando o império cuxita, de origem sulanesa, conquistou o território egípcio. “Na época, tínhamos uma sequência de faraós negros que governavam”, explica Hall, contextualizando a importância do império de Cuxe na história antiga.
A pesquisa também revela que a vida de Takerheb se desdobrou entre os anos 760 a 525 a.C., um período que foi marcado por interações culturais e políticas complexas entre o Egito e os reinos da Núbia. O novo entendimento sobre a aparência e a vida dessa mulher oferece uma visão mais rica acerca das civilizações antigas que moldaram a história da região.
Além da múmia, o Museu de Perth abriga uma coleção notável, incluindo a famosa Pedra da Coroação, um artefato significativo na história escocesa. Essa conexão entre o passado e o presente, refletida em descobertas como a da múmia Takerheb, exprime o valor contínuo da arqueologia e da pesquisa histórica na compreensão de nossa herança coletiva. O trabalho dos cientistas não apenas ilumina a trajetória de uma figura específica, mas também ressalta a interconexão das culturas ao longo do tempo.