Estima-se que, atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivem com diabetes, o que representa 6,9% da população nacional. A condição também afeta mais de 425 milhões de pessoas em todo o mundo. Diante desse cenário, cientistas têm trabalhado arduamente para encontrar novas maneiras de fornecer insulina aos pacientes de uma forma mais eficaz e menos invasiva.
Recentemente, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, foi descoberta uma nova e revolucionária forma de administrar insulina oral para pacientes com diabetes. Segundo os pesquisadores, a insulina pode ser consumida por meio de cápsulas ou dentro de pedaços de chocolate.
A insulina oral foi testada em diferentes tipos de animais, desde nematóides até babuínos, e os resultados foram promissores. Embora ainda esteja em fase de estudos, a nova forma de administração do medicamento tem o potencial de revolucionar o tratamento do diabetes.
O professor Nicholas J. Hunt, da Universidade de Sydney, e principal autor do estudo, enfatiza que a insulina oral foi bem recebida pelos animais nos testes realizados. Ele relata que os babuínos que participaram do estudo tiveram uma redução significativa nos níveis de açúcar no sangue após receberem a medicação.
Um dos aspectos inovadores dessa nova forma de insulina oral é a utilização de minúsculos nanotransportadores que encapsulam a insulina. Essas partículas têm 1/10.000 da largura de um fio de cabelo humano, o que permite uma administração mais precisa do medicamento nas áreas do corpo que mais necessitam.
Além disso, os pesquisadores desenvolveram um revestimento para proteger a insulina da decomposição no estômago, garantindo que ela alcance o fígado, onde pode atuar de forma eficaz. Esse revestimento é decomposto no fígado por enzimas que só ficam ativas quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados, liberando a insulina de maneira controlada.
Hunt destaca que essa nova forma de administração de insulina é mais prática e permite um controle mais eficiente do diabetes, reduzindo o risco de eventos de baixa de açúcar no sangue, conhecidos como hipoglicemia.
Os pesquisadores estão otimistas em relação aos próximos passos. Eles afirmam que os ensaios em humanos começarão no próximo ano e estão confiantes de que o novo medicamento poderá estar pronto para uso dentro de 2 a 3 anos. A equipe ressalta a importância de seguir rigorosos requisitos de segurança e qualidade, em colaboração com médicos, para garantir a eficácia e a segurança do novo tratamento.
Dessa forma, a descoberta dessa nova forma de insulina oral representa um avanço significativo no tratamento do diabetes e traz esperança para milhões de pessoas que convivem com essa condição em todo o mundo.