Os pesquisadores, vinculados à Universidade Politécnica de Hong Kong, à Academia Chinesa de Tecnologia Espacial e à Academia de Ciências da Rússia, analisaram informações obtidas durante a missão Tianwen-1. A equipe acredita que esse oceano pode ter deixado para trás depósitos rochosos na superfície marciana há impressionantes 3,5 bilhões de anos.
A Utopia Planitia, a área de interesse, revela uma complexidade geológica com três seções distintas, incluindo uma parte rasa e outra profunda, o que reforça a teoria de que a região já foi submersa. As observações também identificaram rochas sedimentares e estratos que indicam atividades passadas relacionadas à água, sugerindo que condições ambientais favoráveis à presença de água líquida podem ter existido no passado remoto de Marte.
Através de uma combinação de sensoriamento remoto orbital e dados do rover, os cientistas estimaram que as inundações na Utopia Planitia ocorreram cerca de 3,68 bilhões de anos atrás. Segundo Wu Bo, professor de ciências espaciais e um dos líderes do estudo, o oceano provavelmente passou por um breve período em que a água se congelou, resultando na formação de uma costa antes de desaparecer totalmente há cerca de 3,42 bilhões de anos.
Essa pesquisa não apenas adiciona mais um capítulo à intrigante história geológica de Marte, mas também levanta questões sobre as possíveis condições para a vida no planeta em épocas anteriores. As descobertas reforçam a importância das missões de exploração espacial e a colaboração internacional na busca por respostas sobre a história e a evolução de Marte, abrindo caminho para novas investigações sobre a presença de água e, quem sabe, sinais de vida em nosso vizinho cósmico.