O HUNT será o maior observatório de neutrinos já construído, com uma rede de mais de 55.000 detectores interligados por milhares de cordas, cobrindo uma extensão de 30 quilômetros cúbicos de água. A instalação dos detectores aconteceu a uma profundidade de 1.600 metros, uma tarefa que exigiu tecnologia de ponta e uma cuidadosa calibração, incluindo o uso de luzes LED para garantir a precisão dos registros.
Previamente, na Sibéria, testes haviam sido realizados no lago Baikal, onde protótipos de detectores foram submergidos a 1.300 metros de profundidade em colaboração com cientistas russos do experimento Baikal-GVD. Agora, com o HUNT, a China se posiciona como uma nova protagonista na astronomia de neutrinos, competindo diretamente com projetos como o IceCube, localizado na Antártica, que já se estabeleceu como um dos principais centros de pesquisa nesse campo.
Os neutrinos são conhecidos como “partículas fantasmas” devido à sua capacidade de atravessar até mesmo a matéria densa sem interagir. A pesquisa girará em torno da origem dos raios cósmicos, que são fundamentais para o entendimento de fenômenos astrofísicos extremos, como explosões de supernovas e colisões de galáxias. Ao desvendar esses mistérios, os cientistas esperam não apenas aprofundar nosso conhecimento sobre o universo, mas também trazer avanços tecnológicos que possam beneficiar outros campos da ciência.
A operação inicial dos protótipos representa um avanço promissor para os esforços da China em alcançar novos patamares na astronomia de neutrinos, e as expectativas são altas quanto às descobertas que poderão emergir dessa iniciativa. Essa empreitada cientifica destaca o crescente interesse global na exploração do cosmos e os desafios que ainda permanecem, esperando por respostas em suas vastas profundezas.