Em contraste, uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisa do Ártico e da Antártica da Rússia oferece uma perspectiva divergente. Eles afirmam que, apesar da redução do gelo, as condições na região terão semelhanças significativas com as atuais até meados do século. Essa análise sugere que a cobertura de gelo nos mares do Ártico não desaparecerá completamente, mantendo-se de forma mais consistente em comparação com as previsões mais drásticas. Os pesquisadores russos apontam que, mesmo em anos mais quentes, a presença de gelo deverá ser mantida, especialmente entre os meses de agosto e outubro.
Desde a década de 1990, o Ártico já tem apresentado alterações em sua cobertura de gelo, mas notáveis mudanças começaram a se manifestar no início dos anos 2000. Dados obtidos por satélites mostram que, em um intervalo de apenas sete anos, a área de gelo marinho na região diminuiu em 40% em relação aos registros anteriores. Essa perda, que se manifesta de forma acentuada durante o pico de verão em setembro, tem levantado preocupações sobre os impactos ambientais, a vida marinha e as comunidades que dependem da região.
Os cientistas observam que, mesmo com a persistência de um padrão médio de gelo, as flutuações podem resultar em impactos severos nos ecossistemas locais e nas comunidades que habitam essas áreas. As implicações desse fenômeno se estendem a questões geopolíticas, uma vez que a redução do gelo facilita o acesso a rotas marítimas e recursos naturais. Consequentemente, o debate sobre o futuro do gelo do Ártico é crucial não apenas para a compreensão das mudanças climáticas, mas também para a formulação de políticas que visem proteger o ambiente ártico e seus habitantes.