As vendas de veículos elétricos na China atingiram um marco significativo em julho, quando as vendas de automóveis que operam com energias alternativas ultrapassaram pela primeira vez as de veículos convencionais. Este fenômeno revela uma mudança clara no mercado automotivo do país, com os VEs representando atualmente mais da metade de todas as unidades vendidas em determinados meses.
De acordo com líderes do setor, como representantes da Associação Chinesa de Automóveis de Passageiros (CPCA), a tendência de crescimento da chamada “revolução dos veículos elétricos” no país deve continuar. Especialistas preveem que, até o final de 2024, a produção de VEs na China poderá atingir a impressionante cifra de 12 milhões de unidades.
Entretanto, este crescimento não ocorre sem desafios. As tarifas comerciais elevadas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, motivadas pela preocupação com a competitividade dos modelos chineses, têm gerado um clima de tensão. As tarifas incluem um imposto de 100% sobre veículos elétricos chineses e taxas consideráveis sobre componentes essenciais, como baterias e semicondutores. Bruxelas também anunciou tarifas que variam entre 17% e 35,3% para os veículos elétricos produzidos na China, justificando essa decisão com alegações de subsídios governamentais à indústria automotiva chinesa.
Apesar das barreiras comerciais, analistas permanecem cautelosamente otimistas em relação à resiliência do mercado de veículos elétricos da China. Eles apontam que a eficiência e a inovação dos fabricantes chineses podem permitir que esses veículos continuem a ser mais competitivos, mesmo diante do fortalecimento de proteções comerciais. O setor automotivo global observa atentamente esses desenvolvimentos, que podem sinalizar mudanças significativas no equilíbrio de poder nos mercados de veículos elétricos.