Com o Departamento de Estado norte-americano passando por cortes drásticos, mais de 1.350 servidores foram desligados, parte de um processo que pode implicar na eliminação de até 3.000 postos. Essa reestruturação foi acompanhada por cortes bilionários em ajuda internacional, que culminaram no fechamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). Esse movimento resultou na demissão de milhares de funcionários e na interrupção de mais de 80% dos programas apoiados pela agência, apontando para uma diminuição notável na capacidade dos EUA de influenciar eventos globais.
O impacto desse recuo é alarmante; especialistas alertam que essa diminuição na ajuda externa pode até mesmo resultar em milhões de mortes ao longo da próxima década. A senadora Jeanne Shaheen, que representa os democratas na comissão, observa que, enquanto os Estados Unidos sofrem uma reversão de compromissos globais, a China aproveita para consolidar sua imagem como um parceiro mais confiável.
O relatório também assinala uma série de iniciativas diplomáticas da China para preencher o vazio deixado pelos EUA. Por exemplo, na África, enquanto Washington cancelava programas de auxílio alimentar, a China anunciou a doação de R$ 10,8 milhões em arroz para Uganda e comprometeu-se a fornecer testes rápidos de HIV para a Zâmbia após o cancelamento de um subsídio americano.
Na região do Sudeste Asiático, a visita do líder chinês, Xi Jinping, resultou em acordos significativos com países como Vietnã e Malásia, enquanto na América Latina, a China lançou créditos para infraestrutura, demonstrando uma estratégia clara para expandir sua influência.
Esses acontecimentos sinalizam uma nova era na geopolítica mundial, onde a China está se consolidando como uma potencia significativa diante da diminuição da influência dos Estados Unidos. A evidência desse fenômeno sugere que o equilíbrio de poder global pode estar mudando, desafiando os tradicionais paradigmas de diplomacia e desenvolvimento.