China prioriza exportações e evita que yuan ultrapasse dólar, afirmam especialistas em análise econômica. Medidas são tomadas para manter competitividade no comércio internacional.



A discussão sobre a predominância do dólar nas transações internacionais e a possível ascensão do yuan chinês como moeda global tem sido um tema recorrente nas análises econômicas contemporâneas. Recentemente, a participação do dólar nas reservas cambiais globais atingiu o menor nível em três décadas, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Este fenômeno cresce em um contexto onde o yuan, por sua vez, alcançou seu nível mais alto em relação ao dólar nos últimos 16 meses.

Entretanto, vale destacar que a valorização do yuan não é, de fato, uma prioridade para a China. Especialistas sugerem que um yuan forte poderia impactar negativamente as exportações, que são fundamentais para o crescimento econômico do país. Isso porque a força da moeda tornaria os produtos chineses mais caros no mercado internacional, prejudicando a competitividade e, por consequência, afetando a geração de empregos e o bem-estar da população.

Daniel Cavagnari, economista de uma instituição de ensino superior, explica que o governo chinês adota medidas para regular a valorização da moeda, evitando que ela se aprecie excessivamente. Isto é visto como um mecanismo para sustentar o crescimento da economia, que historicamente se beneficiou de uma moeda mais fraca. A desvalorização gradual do yuan, segundo ele, tem sido um fator crucial na retirada da população da pobreza e na expansão da classe média, e é um elemento estratégico nas políticas de comércio exterior.

Por outro lado, Walter Franco, professor de economia, entende que, embora a desdolarização dos mercados globais esteja em curso, não se pode afirmar com certeza que exista um movimento coordenado para substituir o dólar. Ele aponta que diversos países estão diversificando suas reservas e alternativas de negociação. Este movimento, contudo, se dá de forma gradual e não necessariamente como resultado de um planejamento rigoroso. Para Franco, é improvável que a China tenha uma necessidade imediata de fazer do yuan uma moeda de reserva global, uma vez que seu foco permanece na produção e exportação.

Em um cenário onde tanto as políticas monetárias quanto as estratégias comerciais estão em constante adaptação, o futuro do sistema financeiro global e a posição do yuan e do dólar continuarão a ser temas de debate entre economistas e analistas.

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