A medida surge em um momento crítico para a economia da China, que enfrenta desafios significativos, como tensões comerciais com os EUA e a União Europeia, além da recente onda de desinvestimentos que resultou em uma saída líquida de capital de US$ 168 bilhões em 2024 — o pior resultado desde 1990. Deste modo, o governo chinês visa criar um ambiente de negócios mais atraente, reafirmando sua disposição para se integrar ao mercado global e garantir estabilidade para investidores externos.
Os incentivos fiscais anunciados não são apenas uma forma de atrair capital, mas também de estimular o crescimento econômico no país. Eles incluem a possibilidade de transferir créditos fiscais não utilizados até o final de 2028, além de permitir que os lucros reinvestidos sejam utilizados para abrir novos negócios ou adquirir ações de empresas não afiliadas, desde que não sejam listadas em bolsa. Essa abordagem pretende não apenas aumentar a confiança dos investidores, mas também criar um ciclo positivo de reinvestimento no território chinês.
Enquanto a China busca aumentar a atratividade de seu mercado, os Estados Unidos têm adotado uma abordagem oposta, reforçando tarifas e restrições ao comércio. Essa discrepância nas políticas comerciais faz com que muitos analistas considerem a iniciativa chinesa como uma estratégia crucial para garantir sua relevância nas cadeias de suprimentos globais e impulsionar a recuperação econômica.
O compromisso de integração da China com a economia mundial foi reiterado pelo premiê Li Qiang durante o Fórum Econômico Mundial, onde enfatizou a importância do investimento estrangeiro para a geração de empregos e a transferência de tecnologia. Mesmo como a segunda maior receptora de investimento do mundo, a China experimentou uma queda de 13,2% nos aportes no primeiro trimestre de 2025, pressionando ainda mais sua administração a agir.
Diante deste cenário, as novas iniciativas fiscais refletem uma determinação não apenas de restaurar o fluxo de capital estrangeiro, mas também de assegurar que o país continue a ser um destino preferido para investidores em um ambiente econômico global cada vez mais competitivo.