A visita de Xi Jinping ao Brasil, onde ele participará da cúpula do G20 no Rio de Janeiro e terá reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorre em um contexto de renovação das relações entre os dois países e destaca a crescente influência chinesa na região. O presidente chinês já havia visitado a América Latina em mais de dez ocasiões, mas agora sua chegada é marcada pela vitória de Trump e suas tentativas de reafirmar a presença americana no continente.
A preocupação dos Estados Unidos não se limita apenas à questão econômica. A ex-comandante do Comando Sul, General de Exército Laura Richardson, classificou os investimentos chineses no Caribe e na América Central como uma ameaça à segurança nacional dos EUA. A infraestrutura portuária de Chancay, projetada para receber navios de grande porte, pode comprometer a competitividade de outros importantes portos na região, como Manzanillo, no México, e Long Beach, na Califórnia.
Enquanto isso, o Global Times, um jornal próximo ao governo chinês, refutou as alegações de que o porto teria um caráter militar ou seria utilizado como ferramenta de competição geopolítica, chamando as acusações dos EUA de “calúnias”. Durante a inauguração, Xi Jinping enfatizou que o projeto marca o início de um novo corredor marítimo-terrestre entre a China e a América Latina, citando a importância histórica da Grande Trilha Inca como um símbolo da conexão entre os povos.
Diante deste panorama, as implicações econômicas e geopolíticas do porto de Chancay são amplamente discutidas, configurando um cenário de competição crescente por influência na América do Sul, onde a China busca expandir suas conexões comerciais e estratégicas em um momento de incertezas políticas na região.









