China inova com teste de reabastecimento entre satélites em órbita geoestacionária, desafiando tecnologias americanas e marcando avanço significativo na manutenção autônoma espacial.



A China está se preparando para um teste inovador de reabastecimento entre satélites em órbita geoestacionária, um feito que pode revolucionar a forma como os satélites são mantidos e operados no espaço. A movimentação mais recente entre as espaçonaves Shijian-21 e Shijian-25, que ocorreu na segunda-feira, dia 30 de junho, foi um passo crucial para essa nova tecnologia. Durante essa aproximação, os satélites alcançaram uma distância extremamente próxima, sugerindo que um acoplamento poderia estar em andamento. Imagens de rastreamento óptico mostraram as sondas quase indistinguíveis, indício claro do início do teste de reabastecimento, um dos principais objetivos da missão do Shijian-25.

O Shijian-25, lançado em janeiro deste ano, foi projetado especificamente para testar novas tecnologias que visam estender a vida útil dos satélites por meio de manobras de reabastecimento. Antes disso, em 13 de junho, os dois satélites já haviam se encontrado a uma distância de cerca de 1 quilômetro, o que pode ter sido um ensaio para a operação de acoplamento. A expectativa é que o Shijian-25 utilize braços robóticos para se conectar ao Shijian-21 e transferir combustível, uma operação de alta complexidade.

O Shijian-21, lançado em 2021, já demonstrou habilidades avançadas, como a remoção de um satélite desativado da órbita geoestacionária. Com suas órbitas sincronizadas, os dois satélites estão agora em posição técnica para realizar o acoplamento, conforme relatado por dados de monitoramento espaciais.

Entretanto, essa movimentação não passou despercebida. Satélites de vigilância dos Estados Unidos, como o USA 270 e o USA 271, estão observando de perto as atividades das sondas chinesas desde o início de junho, levantando preocupações sobre o potencial militar dessa tecnologia de reabastecimento. O reabastecimento em órbita geoestacionária é extremamente desafiador, exigindo precisão em acoplamentos autônomos e transferência de fluidos em microgravidade. A NASA havia planejado uma missão semelhante, a OSAM-1, que foi cancelada em 2023 devido a dificuldades técnicas.

Se a missão chinesa for bem-sucedida, pode estabelecer um novo precedente em sustentabilidade espacial ao minimizar custos operacionais e enfrentar o crescente problema de detritos orbitais. Contudo, é importante ressaltar que esse progresso tecnológico também pode intensificar a corrida armamentista e a competição tecnológica no domínio espacial.

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