O Shijian-25, lançado em janeiro deste ano, foi projetado especificamente para testar novas tecnologias que visam estender a vida útil dos satélites por meio de manobras de reabastecimento. Antes disso, em 13 de junho, os dois satélites já haviam se encontrado a uma distância de cerca de 1 quilômetro, o que pode ter sido um ensaio para a operação de acoplamento. A expectativa é que o Shijian-25 utilize braços robóticos para se conectar ao Shijian-21 e transferir combustível, uma operação de alta complexidade.
O Shijian-21, lançado em 2021, já demonstrou habilidades avançadas, como a remoção de um satélite desativado da órbita geoestacionária. Com suas órbitas sincronizadas, os dois satélites estão agora em posição técnica para realizar o acoplamento, conforme relatado por dados de monitoramento espaciais.
Entretanto, essa movimentação não passou despercebida. Satélites de vigilância dos Estados Unidos, como o USA 270 e o USA 271, estão observando de perto as atividades das sondas chinesas desde o início de junho, levantando preocupações sobre o potencial militar dessa tecnologia de reabastecimento. O reabastecimento em órbita geoestacionária é extremamente desafiador, exigindo precisão em acoplamentos autônomos e transferência de fluidos em microgravidade. A NASA havia planejado uma missão semelhante, a OSAM-1, que foi cancelada em 2023 devido a dificuldades técnicas.
Se a missão chinesa for bem-sucedida, pode estabelecer um novo precedente em sustentabilidade espacial ao minimizar custos operacionais e enfrentar o crescente problema de detritos orbitais. Contudo, é importante ressaltar que esse progresso tecnológico também pode intensificar a corrida armamentista e a competição tecnológica no domínio espacial.