Esse cenário se instala em um momento em que a China representa o principal destino para as exportações de carne bovina brasileiras. Até mesmo o final deste ano, o país asiático importou mais de um milhão de toneladas do produto, registrando um aumento de quase 13% em relação ao ano anterior. Esta dinâmica levanta preocupações entre os pecuaristas brasileiros, que sentem os reflexos da concorrência advinda das importações, impactando a produção local.
Em resposta a essas preocupações, os ministérios da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Relações Exteriores do Brasil emitiram um comunicado, ressaltando que, por enquanto, não haverá mudanças nas tarifas de importação, que permanecem fixadas em 12%. O governo brasileiro se comprometeu a monitorar a situação e a defender os interesses do agronegócio nacional, mantendo o diálogo aberto com as autoridades chinesas.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) também se manifestou quanto à qualidade da carne bovina exportada do Brasil. A entidade assegurou que segue rigorosos padrões de segurança alimentar e qualidade, destacando sua disposição em colaborar com as investigações do governo chinês, fornecendo todas as informações necessárias para garantir a transparência nas relações comerciais.
As autoridades e representações do setor estão de olhos atentos aos próximos passos da investigação que deve ser concluída em um prazo estimado de oito meses. Este caso emblemático reflete a complexidade das relações comerciais entre Brasil e China e os desafios que o agronegócio brasileiro enfrenta em um mercado global cada vez mais competitivo.