China impulsiona novo projeto do Brasil para integrar rotas comerciais na América do Sul e fortalecer relações econômicas com o Pacífico.

O governo brasileiro anunciou novas diretrizes para a integração regional por meio do projeto “Rotas de Integração Sul-Americana”, elaborado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). Esse ambicioso plano visa estabelecer cinco rotas que atravessam 11 estados do Brasil, conectando o país a nações vizinhas da América do Sul, como Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Peru e Chile. A iniciativa reflete um esforço para intensificar o comércio regional e viabilizar o escoamento das exportações brasileiras em direção aos mercados emergentes do Pacífico.

Durante o lançamento do projeto, a ministra Simone Tebet enfatizou que o programa poderia proporcionar “avanços sociais inestimáveis” não apenas para os brasileiros, mas também para as populações das nações vizinhas. Ela destacou a importância do Novo PAC, que contém 190 obras de infraestrutura planejadas, com o intuito de fomentar a integração regional e facilitar o comércio transfronteiriço.

De acordo com dados apresentados, a integração Sul-Americana é vital, uma vez que atualmente apenas 14% do comércio entre os países sul-americanos é realizado entre si, um percentual significativamente inferior ao registrado na Europa e na Ásia. Esse fato ressalta o potencial inexplorado na colaboração comercial entre Brasil e seus vizinhos.

A análise do especialista em relações internacionais Diego Pautasso corrobora a necessidade de revitalizar projetos de integração que, por razões políticas internas, como a Operação Lava Jato, sofreram descontinuidades. Para ele, a recuperação de um projeto robusto de integração é fundamental para restabelecer a capacidade de liderança do Brasil na região.

Outro ponto crucial envolve a necessidade do país se conectar à bacia do Pacífico, essencial para expandir o comércio. Neste contexto, as iniciativas de financiamento pelo capital chinês emergem como peças-chave para a construção das infraestruturas necessárias, como rodovias e ferrovias.

Além disso, o projeto também busca criar condições para a bioceanidade, que se refere à interligação dos oceanos Atlântico e Pacífico através de vias que potencializam as trocas comerciais. Luciano Wexell Severo, que coordena o projeto, reiterou que a integração não se limita a investimentos em infraestrutura, mas abrange um novo paradigma para o comércio exterior do Brasil, ampliando seu alcance.

Se esses esforços forem bem executados, poderão não apenas facilitar a circulação de produtos, mas também estimular o crescimento industrial e a inovação na região, criando novas oportunidades de negócios e ampliando a competitividade do Brasil em um mercado global em constante transformação. Assim, a iniciativa se posiciona como uma oportunidade promissora para a reindustrialização e o fortalecimento das relações bilaterais na América do Sul.

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