Enquanto os EUA adotam uma postura protecionista, impondo tarifas e buscando restringir o comércio, a China segue expandindo seus mercados e fortalecendo suas alianças comerciais. Através de investimentos em portos em cinco continentes, Pequim não apenas garante o fluxo de mercadorias, mas também amplia sua presença naval e de espionagem em escala global.
Apesar dos desafios, como a crise imobiliária e o endividamento interno, a China se tornou a maior parceira comercial de 120 países em 2020, com um volume recorde de US$ 990 bilhões em superávit comercial. A estratégia chinesa para expandir o comércio exterior, liderada pelo presidente Xi Jinping, se apoia fortemente na infraestrutura portuária como catalisadora de crescimento econômico e influência geopolítica.
O lançamento da Rota da Seda Marítima em 2013 marcou o início de um ambicioso plano de ampliar o acesso da China aos mercados mundiais, com investimentos maciços em infraestrutura no exterior. A América Latina foi uma das regiões mais beneficiadas, com a inauguração de portos estratégicos como o de Chancay, no Peru, que fortaleceram os laços comerciais entre a China e a região.
Além dos benefícios diretos para o comércio, a presença chinesa nos portos levanta preocupações quanto à segurança e à expansão militar do país. A capacidade de monitorar e controlar as operações portuárias oferece à China uma fonte de inteligência estratégica e a possibilidade de estabelecer bases navais em locais estratégicos, como no Djibuti, na África.
Apesar dos desafios econômicos e da desconfiança internacional, a China mantém sua influência no transporte marítimo global e garante uma posição de vantagem sobre os EUA nesse campo. A construção da rede global de portos é um legado duradouro que solidifica o papel da China como potência econômica e geopolítica de destaque no cenário internacional.