China e Hong Kong rejeitam plano de Trump para controle do canal do Panamá, gerando tensão entre investidores e riscos ao acordo milionário.



Nos últimos dias, a proposta dos Estados Unidos para a venda de portos no canal do Panamá a um consórcio liderado pela BlackRock enfrentou uma onda de resistência, particularmente vinda de autoridades chinesas. O plano, que implica uma movimentação de capital na ordem de US$ 22,8 bilhões, envolve a aquisição de portos estratégicos não só no Panamá, mas também em outros 23 países ao redor do mundo. A venda, entretanto, já está envolta em controvérsias, com a China expressando sua forte oposição ao que considera uma tentativa de coerção econômica por parte dos EUA.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, alertou que o país está observando com atenção as implicações do acordo, enfatizando a necessidade de se evitar práticas de intimidação nas relações internacionais. Essa preocupação de Pequim é compartilhada por líderes de Hong Kong, que também criticaram as táticas abusivas que, segundo eles, caracterizam a atual dinâmica de negociação.

A controvérsia gerada pela proposta fez com que as ações da CK Hutchison, a empresa responsável pela venda, caíssem até 5%, refletindo o nervosismo do mercado em relação ao futuro do acordo. As autoridades chinesas já iniciaram investigações sobre possíveis violações relacionadas à segurança e à concorrência, o que pode ameaçar ainda mais a viabilidade da transação.

Esse cenário é alarmante para o governo dos Estados Unidos, que sob a liderança de Donald Trump, manifestou várias vezes a intenção de obter um maior controle sobre o canal do Panamá, considerado um ponto estratégico para o comércio internacional. A resistência da China, portanto, não apenas complica as negociações, mas também poderia frustrar as ambições do presidente americano em expandir a presença dos EUA na região.

O impasse no canal do Panamá reflete não apenas tensões econômicas, mas também a crescente rivalidade entre as superpotências. À medida que o mundo se torna cada vez mais interligado, a localização e o controle de infraestruturas críticas como esta se transformam em pontos de atrito, com repercussões que vão além do comércio, afetando as relações diplomáticas e geopolíticas entre as nações. Este desenvolvimento destaca a complexidade da política internacional contemporânea, onde interesses econômicos e estratégicos estão em constante conflito.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo