A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, alertou que o país está observando com atenção as implicações do acordo, enfatizando a necessidade de se evitar práticas de intimidação nas relações internacionais. Essa preocupação de Pequim é compartilhada por líderes de Hong Kong, que também criticaram as táticas abusivas que, segundo eles, caracterizam a atual dinâmica de negociação.
A controvérsia gerada pela proposta fez com que as ações da CK Hutchison, a empresa responsável pela venda, caíssem até 5%, refletindo o nervosismo do mercado em relação ao futuro do acordo. As autoridades chinesas já iniciaram investigações sobre possíveis violações relacionadas à segurança e à concorrência, o que pode ameaçar ainda mais a viabilidade da transação.
Esse cenário é alarmante para o governo dos Estados Unidos, que sob a liderança de Donald Trump, manifestou várias vezes a intenção de obter um maior controle sobre o canal do Panamá, considerado um ponto estratégico para o comércio internacional. A resistência da China, portanto, não apenas complica as negociações, mas também poderia frustrar as ambições do presidente americano em expandir a presença dos EUA na região.
O impasse no canal do Panamá reflete não apenas tensões econômicas, mas também a crescente rivalidade entre as superpotências. À medida que o mundo se torna cada vez mais interligado, a localização e o controle de infraestruturas críticas como esta se transformam em pontos de atrito, com repercussões que vão além do comércio, afetando as relações diplomáticas e geopolíticas entre as nações. Este desenvolvimento destaca a complexidade da política internacional contemporânea, onde interesses econômicos e estratégicos estão em constante conflito.