A China já contabiliza 59 reatores nucleares ativos e possui outros 29 em construção, além de 16 projetos já aprovados para desenvolvimento futuro. Em contrapartida, os Estados Unidos, conforme dados da Administração de Informação Energética, têm 54 usinas nucleares em operação, totalizando 94 reatores distribuídos em 28 estados. Este número reflete uma infraestrutura que, embora robusta, poderá ser ultrapassada em breve pela expansão acelerada da capacidade nuclear chinesa.
Shang Xianhe destacou também a diferença nas abordagens tecnológicas dos dois países. Enquanto os Estados Unidos continuam a utilizar o reator AP1000, de terceira geração, a China não apenas constrói reatores do mesmo tipo, mas também desenvolve modelos avançados como o VVER e o sistema Hualong, que se destacam pela inovação e segurança.
A usina de Qinshan, localizada na província de Zhejiang, exemplifica a capacidade e o avanço tecnológico da China neste campo. Inaugurada em 1991, ela foi a primeira usina desenhada e construída inteiramente com tecnologia nacional, e continua operando de forma segura, com licença válida até 2041. Essa trajetória ilustra a estratégia chinesa de investir em energia nuclear como parte fundamental da transformação de sua matriz energética.
Com uma política de desenvolvimento inclusiva e transparente no setor nuclear, a China está se posicionando não somente para atender à sua crescente demanda energética, mas também para assumir um papel de liderança global nesse campo vital, desafiando o domínio histórico dos Estados Unidos em tecnologia nuclear. O futuro da energia nuclear parece estar se moldando sob uma nova ótica, com a China emergindo como um ator crucial neste setor estratégico.