China avança em acordos na ASEAN enquanto EUA enfrentam questionamentos sobre Israel em cúpula em Laos, destacam análises internacionais.



A recente cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada em Laos, trouxe à tona desafios e oportunidades significativas para as relações internacionais na região do Indo-Pacífico. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, aproveitou a platéia para anunciar uma série de acordos que visam fortalecer laços econômicos e comerciais entre a China e os países da ASEAN. Entre as iniciativas destacadas, estão os projetos de infraestruturas ferroviárias com a Tailândia e o Camboja, além da suspensão das restrições sobre importações de lagosta da Austrália, uma manobra que promete beneficiar a economia australiana de maneira significativa.

Por outro lado, a participação do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na cúpula foi marcada por questionamentos que revelam uma fragilidade nos laços dos Estados Unidos com a região. Ao invés de firmar novos acordos estratégicos, Blinken se viu na posição desconfortável de responder perguntas sobre a política dos EUA em relação a Israel e os conflitos crescentes no Oriente Médio. Essa situação ocorre em um contexto em que a administração Biden busca reposicionar os EUA no cenário asiático, especialmente diante das importantes eleições que se aproximam, que poderão impactar ainda mais esse relacionamento.

Embora Blinken tenha ressaltado que os Estados Unidos continuam a ser a maior fonte de investimento estrangeiro direto na ASEAN, superando a China e a Europa, a narrativa americana parece estar perdendo força. Especialistas, como Susannah Patton, do Lowy Institute, apontam que a China tem conseguido articular uma narrativa mais convincente em relação ao aprofundamento da cooperação comercial com os países do Sudeste Asiático, um fator que pode complicar ainda mais a posição dos EUA na região.

No rescaldo da cúpula, o primeiro-ministro de Cingapura, Lawrence Wong, destacou a importância do livre comércio e da cooperação mútua entre a ASEAN e a China, reforçando que esses movimentos são essenciais em tempos de crescente protecionismo. Assim, enquanto a China avança e redefine parcerias sólidas na região, os EUA enfrentam o desafio de revitalizar suas estratégias e fortalecer suas relações no Sudeste Asiático para não perder terreno para seu principal concorrente.

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