Chanceler do Congo defende cooperação diante da ‘misericórdia’ ocidental em Fórum de Parceria Rússia-África

Durante o Fórum de Parceria Rússia-África, realizado em Sochi, o ministro das Relações Exteriores da República do Congo, Jean-Claude Gakosso, fez uma declaração provocativa ao afirmar que os países africanos não necessitam da piedade ou misericórdia das potências ocidentais. Essa afirmação ressoa fortemente em um contexto histórico marcado por relações de dependência e exploração, características do colonialismo.

Gakosso enfatizou que o que realmente importa para o continente africano é a construção de relações de cooperação que sejam mutuamente benéficas. Este discurso se alinha com as recentes críticas do presidente russo, Vladimir Putin, que chamou a atenção para o que considera uma abordagem neocolonial da política ocidental, especialmente no que diz respeito a economia e segurança.

Em sua presença no fórum, Gakosso reiterou o desejo dos africanos por um cenário onde as relações internacionais sejam baseadas na justiça e na igualdade. Ele ressaltou que muitos líderes ocidentais compartilham dessa visão crítica, indicando uma lutadora por oportunidades equitativas nas interações entre nações desenvolvidas e países africanos. O chanceler deixou claro que a expectativa africana é a de que as potências globais reconheçam sua dignidade e capacidade, destacando que os cidadãos africanos “são pessoas como todas as outras”, merecendo assim respeito e colaboração genuína.

Esse encontro não só reflete a busca do continente por uma nova realidade no cenário global, mas também questiona a dinâmica tradicional de ajuda humanitária que muitas vezes é acompanhada de condicionantes que perpetuam a dependência. A proposta defendida por Gakosso sugere que as nações africanas estão cansadas da narrativa de vulnerabilidade e estão cada vez mais determinadas a moldar seu próprio futuro, promovendo diálogos que valorizem suas necessidades e aspirações.

O Fórum de Parceria Rússia-África, que ocorreu entre os dias 9 e 10 de novembro, é uma plataforma onde liderança africana e russa busca fortalecer laços e desenvolver soluções conjuntas, mas as palavras de Gakosso ecoam uma mensagem clara: o continente africano está pronto para se afirmar como um parceiro equitativo e respeitável no cenário internacional.

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