Cerca de 400 famílias do MST ocupam prédio do governo em MS, reivindicando reforma agrária e apoio a acampados em situação precária.



Na manhã desta quarta-feira, 4 de dezembro, aproximadamente 400 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram uma ocupação nas dependências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul. O ato, que ocorre em um cenário de crescentes demandas por direitos agrários, visa pressionar o governo federal a acelerar os processos de vistoria e aquisição de terras para novos assentamentos. Os manifestantes reivindicam também a distribuição de cestas básicas, a reforma de casas em assentamentos já existentes e a liberação de créditos para fomentar a produção agrícola.

De acordo com representantes do MST, muitas famílias estão em acampamentos há mais de 16 anos, esperando a regularização de suas terras. As áreas para novos assentamentos foram previamente identificadas e apresentadas ao Incra, mas, segundo eles, os trâmites burocráticos permanecem paralisados, comprometendo não apenas a qualidade de vida das famílias, mas também a produção de alimentos. Essa estagnação contribui para a insegurança alimentar, um problema crescente no país. O movimento destaca que a situação atual exacerba a vulnerabilidade dessas famílias, que ainda esperam por uma moradia digna.

Até o momento, os manifestantes afirmam que não houve um diálogo formal com os representantes do Incra, mas esperam entrar em contato com o superintendente regional para discutir suas reivindicações e planejar uma dispersão pacífica. Durante a ocupação, uma viatura da Polícia Militar esteve no local, mas não houve confrontos; a interação foi pautada pelo diálogo.

O assistente de gabinete do Incra, Adilson Nascimento, afirmou que a equipe estava em compromissos fora da cidade e que recém tomaram conhecimento das demandas apresentadas. Ele enfatizou que foram adotadas medidas administrativas para garantir que o protesto permanecesse pacífico e para proteger o espaço público e o patrimônio. A mobilização, segundo os organizadores, é parte de uma luta histórica pela reforma agrária e pelo direito à terra no Brasil, refletindo as dificuldades enfrentadas por aqueles que dependem da agricultura familiar para subsistência.

Essa manifestação é um lembrete da contínua luta por justiça social e acesso à terra, questões que permanecem centrais nas discussões sobre a agricultura e as políticas rurais do Brasil.

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