Sechin afirmou que os investimentos maciços feitos na transição energética ao longo das últimas duas décadas não conseguiram substituir os combustíveis tradicionais. Segundo ele, as fontes de energia alternativas representam menos de 5% da produção mundial de energia, enquanto veículos elétricos são responsáveis por apenas cerca de 3% da frota global.
O CEO também ressaltou que, mesmo com os esforços para promover a transição, o consumo de petróleo, gás e carvão cresceu 35% cumulativamente. Ele argumentou que para atingir as metas do Acordo de Paris, os gastos globais com mudanças climáticas precisarão aumentar significativamente, chegando a cerca de US$ 9 trilhões por ano até 2030.
Sechin enfatizou a importância do petróleo e gás na matriz energética global, destacando que esses recursos são essenciais para garantir um fornecimento confiável de energia. Ele alertou que abrir mão dessas fontes poderia significar renunciar ao modo de vida moderno.
Apesar das discussões sobre transição energética, as projeções indicam que a demanda por petróleo continua a crescer. Segundo a Opep, a demanda pode chegar a 116 milhões de barris por dia até 2045, representando cerca de 30% da matriz energética global.
Sechin também alertou para a presença de reservas fantasmas que podem afetar o mercado de petróleo e neutralizar os cortes de produção realizados pela Opep. Ele ressaltou a importância da capacidade da Opep+ de responder rapidamente a novos fatores que influenciam o mercado para garantir a estabilidade mundial.
Assim, o CEO da Rosneft defendeu uma abordagem equilibrada na transição energética, visando atender aos interesses da maioria e garantir o crescimento do consumo de energia nos próximos anos. Ele enfatizou que os países desenvolvidos, responsáveis por grande parte das emissões históricas, devem assumir sua parcela de responsabilidade na crise climática.