Centenário de Helena Meirelles: a história da pioneira violeira que quebrou barreiras e inspira gerações de músicas.



A história de vida da violeira Helena Meirelles é um verdadeiro exemplo de superação e talento. Nascida em uma fazenda no pantanal sul-mato-grossense em agosto de 1924, Helena cresceu em uma família de músicos e, apesar das dificuldades da época, aprendeu a tocar viola caipira de forma autodidata ainda na infância.

Desafiando os preconceitos e a resistência da sociedade machista dos anos 1950 e 1960, Helena se tornou uma pioneira no universo da música, sendo não apenas uma exímia violeira, mas também compositora e multi-instrumentista. Ela enfrentou todas as adversidades para levar sua arte para os mais diversos lugares, desde bailes de roça até bordéis da região.

Além de sua carreira musical, Helena também foi parteira e rezadeira, demonstrando sua versatilidade e coragem em enfrentar diferentes desafios. A artista teve onze filhos, abandonou um marido controlador e ficou desaparecida por 33 anos, até ser reencontrada pelo sobrinho e violeiro Milton Araújo.

Milton se tornou diretor musical de Helena por nove anos e relata que ela era uma artista exigente, sempre buscando inovar e não repetir os dedilhados de suas composições. Aos 67 anos, Helena fez sua estreia em um teatro e foi reconhecida internacionalmente, sendo considerada uma das 100 melhores instrumentistas do mundo.

Hoje, no centenário de Helena Meirelles, sua influência no cenário da viola caipira continua sendo uma inspiração para novas gerações de músicos, como a violeira Leticia Leal. Para celebrar sua vida e legado, o Sesc 24 de Maio em São Paulo preparou uma programação especial chamada Viva Viola!, com rodas de viola e bate-papo em homenagem à artista.

Assim, os cem anos da dama da viola Helena Meirelles são um marco não apenas na história da música brasileira, mas também na luta pela igualdade e reconhecimento do talento feminino no universo da viola caipira.

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