CENSO! Censo 2022 revela: 76% das favelas alagoanas concentram-se em Maceió; 177 mil habitantes enfrentam desafios de infraestrutura e acesso a serviços essenciais.



O mais recente levantamento do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe à tona dados reveladores sobre a situação das favelas e comunidades urbanas do estado de Alagoas. Segundo o censo divulgado na última sexta-feira, o estado abriga um total de 251 favelas, concentradas majoritariamente na capital, Maceió, onde se situam 192 dessas comunidades, representando expressivos 76% do total. Aproximadamente 177,9 mil pessoas vivem sob essas condições habitacionais, distribuídas em cerca de 73,7 mil domicílios.

As maiores comunidades de Maceió, como Vale do Reginaldo, Grota do Cigano e Grota da Alegria B, apresentam os maiores números de habitantes nessas áreas. Vale destacar que a demografia das favelas de Alagoas revela uma população marcadamente mais jovem que a média do estado. Crianças de até 14 anos correspondem a 25% dos moradores, enquanto jovens de 15 a 24 anos representam 18,4% da população local. Em relação à faixa acima dos 60 anos, a proporção é de 9,45%. A idade mediana nas favelas é de 28 anos, inferior à média estadual de 32 anos e à nacional de 35 anos.

O perfil demográfico também evidencia que 60% da população das favelas alagoanas se declara parda, e as mulheres constituem a maioria, com 51,79%. A taxa de analfabetismo entre os habitantes com 15 anos ou mais alcança 18%, quase equiparada à média estadual de 17,7%, que se destaca negativamente em âmbito nacional.

No que toca às condições de infraestrutura e saneamento, há disparidades significativas. Cerca de 71,3% das residências contam com ligação à rede de água, enquanto 19,2% dependem de alternativas como poços. Quando se trata da coleta de lixo, 92% dos domicílios são atendidos, sendo 68% por coleta direta. Entretanto, preocupantes 7% ainda realizam o descarte inadequado de resíduos em terrenos baldios e áreas públicas. O esgotamento sanitário aparece como uma das maiores deficiências: 35,3% das residências carecem de saneamento adequado, e somente 26,7% possuem ligação à rede de esgoto.

O levantamento também indica a presença de 8.251 estabelecimentos nas áreas estudadas, entre os quais estão 5.111 pontos comerciais, 2.572 edificações, 450 espaços religiosos, 80 instituições de ensino, 20 unidades de saúde e 18 agropecuárias.

Por fim, o Censo destacou as dez comunidades mais populosas de Maceió, com destaque para o Vale do Reginaldo, Grota do Cigano e Grota da Alegria B, que juntas abrigam milhares de habitantes que enfrentam diariamente os desafios da urbanização e infraestrutura precárias. Esses dados não apenas revelam dificuldades, mas também sinalizam a urgente necessidade de políticas públicas eficazes que possam transformar a realidade dessas áreas negligenciadas.

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