Em um trecho da entrevista publicado no último domingo, Amorim confirmou que o presidente Lula planeja visitar a China e a Rússia em maio, onde se encontrará com Xi Jinping e Vladimir Putin. Para o ex-chanceler brasileiro, essa movimentação não visa a confrontação com os Estados Unidos, mas sim a demonstração de que o Brasil não está subordinado e que faz parte do sul global.
Amorim também abordou a volta de Donald Trump à Casa Branca, ressaltando o impacto desse retorno tanto no cenário geopolítico geral quanto nas relações diretas do Brasil, como no caso das tarifas. O assessor especial da presidência destacou a importância de adotar medidas de reciprocidade para lidar com as questões tarifárias, mencionando a necessidade de proteger produtos essenciais para o país.
Em relação às questões ideológicas do bolsonarismo, Amorim afirmou que elas podem perder relevância diante do respeito que Trump demonstra pelo poder. Ele salientou que o atual governo dos EUA não esconde seu autointeresse, o que pode impactar diretamente em questões como a mediação de conflitos internacionais, como o da Ucrânia.
O diplomata também destacou que o sul global está se fortalecendo, enquanto a Europa enfrenta uma desorientação em meio à postura dos Estados Unidos. Ele enfatizou a necessidade de a Europa se reinventar diante da nova abordagem de Trump, que prioriza os interesses americanos de forma mais aberta.
Em relação ao governo Bolsonaro, Amorim avalia que o presidente brasileiro ficou aquém das grandes questões do mundo atual. Ele ressaltou a importância de manter a soberania do Brasil diante de grandes empresas de tecnologia, afirmando que o país não abrirá mão de suas regras para proteger os cidadãos.
Diante dessas análises e reflexões de Celso Amorim, fica claro que o cenário internacional passa por transformações significativas e desafios que requerem uma postura estratégica e soberana por parte do Brasil e de outros países.









