Celebração do Dia da Consciência Negra movimenta o Brasil com atos de reflexão e resistência em homenagem a Zumbi dos Palmares, agora feriado nacional.



Na quarta-feira, 20 de novembro de 2024, o Brasil registrou um marco histórico ao celebrar o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra pela primeira vez como feriado nacional. A legislação que instituiu essa data no calendário foi sancionada em dezembro de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garantindo que a reflexão sobre a luta e resistência do povo negro alcance todos os cantos do país.

A data homenageia Zumbi dos Palmares, ícone da resistência à escravidão e líder do Quilombo dos Palmares, que foi assassinado em 1695. Em várias cidades, atividades comemorativas reuniram milhares de pessoas. Na Avenida Paulista, em São Paulo, a mobilização teve início ao meio-dia, onde manifestantes ergueram cartazes com frases de ordem como “Palmares de pé, racismo no chão”, enfatizando a continuidade da luta contra a discriminação racial.

Entre os participantes, a professora Vanir Melo refletiu sobre a importância do feriado, destacando que ele serve como um momento crucial para discutir a negritude e os direitos que ainda não foram assegurados à população negra. “É um momento de lembrança e um chamado para a ação”, disse ela, destacando a necessidade de políticas públicas efetivas que promovam a igualdade.

Na Serra da Barriga, em União dos Palmares, Alagoas, onde se localiza o Parque Memorial do Quilombo dos Palmares, uma programação especial foi organizada pelos ministérios da Cultura e da Igualdade Racial. O evento contou com uma variedade de apresentações culturais, incluindo maracatu, samba de roda e hip hop, promovendo a diversidade e a educação em torno da história negra.

Além disso, a Fundação Palmares lançou um aplicativo que permite visitas virtuais ao Parque Memorial, possibilitando que os usuários conheçam mais sobre a história do quilombo e figuras emblemáticas como Zumbi e Dandara.

Em outras partes do Brasil, as celebrações também foram destacadas por exposições e festivais. Na Bahia, uma exposição em Salvador comemorou os 50 anos de carreira da fotógrafa Lita Cerqueira, focando na cultura negra. A Paraíba anunciou a criação do Museu da Diáspora Negra em um casarão histórico, enquanto Fortaleza foi palco do Festival Afrocearensidades, reunindo mais de 200 atividades culturais.

Esses eventos não apenas celebram a rica herança cultural afro-brasileira, mas também servem como um alerta sobre a necessidade contínua de luta contra o racismo e pela valorização da história e direitos da população negra no Brasil. A resistência, como demonstrado nas celebrações de ontem, continua viva e é uma parte essencial da identidade brasileira.

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