Essa frustração catariana se intensificou após informações de que o governo dos Estados Unidos considera a presença do Hamas em Doha insustentável. Tal afirmação surge em meio a uma onda de críticas de políticos israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que não só rechaçaram a possibilidade de avanço nas conversações, mas também pressionaram o Catar a persuadir o grupo palestino a aceitar as condições israelenses.
O Catar tem uma longa história de se apresentar como um facilitador das negociações de paz na região, especialmente desde que acolheu o escritório do Hamas em 2012. Ao longo dos anos, o país tentou estabelecer canais confiáveis de comunicação entre as partes envolvidas no conflito, mas suas iniciativas frequentemente esbarraram em dificuldades. Desde abril deste ano, o Catar tem manifestado sua impaciência com a morosidade do processo de mediação, refletindo uma crescente desilusão com a falta de progressos tangíveis.
A situação se complica ainda mais quando se considera o contexto internacional e a crescente pressão sobre o Catar por parte dos EUA. A intenção dos norte-americanos de distanciar-se das relações com o Hamas pode ter repercussões significativas para o futuro das negociações, que já são condicionadas a um complicado jogo de interesses regionais e internacionais.
À medida que a guerra em Gaza se intensifica, a urgência dessas negociações se torna ainda mais evidente, mas, neste momento, a vontade de diálogo parece comprometida por desconfianças e discordâncias profundas, tanto entre Israel e Hamas quanto nas dinâmicas políticas que envolvem o Catar e os Estados Unidos.