Casal gay revela crimes de tortura no Exército Brasileiro: novo capítulo nas denúncias históricas de abusos e perseguições. Novas revelações impactam Justiça.



Há dezessete anos, os ex-sargentos Fernando Alcântara de Figueiredo e Laci Marinho de Araújo, conhecidos por serem o primeiro casal gay a se revelar no Exército Brasileiro, estão no centro de uma polêmica envolvendo denúncias de tortura e perseguição. Novas informações obtidas pelo Metrópoles trazem à tona detalhes chocantes sobre os abusos sofridos por Laci durante seu tempo de detenção no Batalhão de Polícia do Exército, no Distrito Federal, em 2008.

Testemunhas relataram que os episódios de espancamentos, ofensas e tortura psicológica, com uso de escorpiões, tinham como motivação a orientação sexual da vítima. Segundo relatos, os militares eram extremamente cruéis com Laci, chegando ao ponto de incentivarem outros presos a agredi-lo por causa de sua homossexualidade.

Apesar da gravidade das acusações, a Polícia Federal pediu o arquivamento das investigações devido ao tempo decorrido para sua finalização. No entanto, o advogado Fernando Figueiredo, que hoje atua na área criminal, revisou o material e conseguiu impedi-lo, alegando que as evidências dos vídeos com as alegações não haviam sido informadas à vítima.

Além das denúncias de tortura, o casal de ex-sargentos também enfrentou perseguição devido a delatarem supostos desvios de verba por oficiais graduados no Exército. Esses eventos resultaram em afastamentos, transferências e processos internos que culminaram na tentativa de expulsão de Laci.

O caso ganhou proporções internacionais ao ser levado à Organização dos Estados Americanos (OEA) pela organização não governamental Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil). A Corte Interamericana entendeu que houve violações aos direitos humanos e ações inadmissíveis por parte do Exército Brasileiro.

Atualmente, o Brasil busca um acordo para encerrar a ação na OEA, porém Fernando ressalta a importância de manter as investigações e garantir a punição pelos crimes de tortura. O casal não pretende aceitar anistias e está determinado a obter justiça.

O Metrópoles entrou em contato com o Exército Brasileiro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, mas até o momento não obteve retorno. A investigação continua em andamento, e o espaço permanece aberto para eventuais manifestações das autoridades envolvidas.

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