O projeto prevê a preservação do andar térreo da casa, que foi utilizado nas filmagens, criando um espaço de visitação inspirado na obra cinematográfica. Além disso, a parte superior da residência será destinada à RioFilme, uma empresa pública cujo objetivo é fomentar e investir no setor audiovisual. Essa transformação não apenas homenageia o filme vitorioso do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas também busca celebrar e preservar a rica cultura cinematográfica brasileira.
A Casa da Urca, construída em 1938, foi o cenário central de “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres. O filme é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva e aborda as consequências do regime militar no Brasil, através da história de uma mulher que vive o impacto desses eventos. O reconhecimento de Torres como atriz no filme foi significativo, com indicações a prêmios como o Oscar e o Globo de Ouro.
A transformação da Casa da Urca também reflete o compromisso do Estado em preservar a memória da luta dos brasileiros contra o autoritarismo, contribuindo para uma narrativa de reconstrução democrática. O decreto que declara a utilidade pública do imóvel destaca ainda seu potencial turístico, atraindo a atenção internacional e valorizando a produção cinematográfica brasileira.
Em um momento em que o setor audiovisual recebe um impulso considerável, a RioFilme anunciou um investimento de R$ 131 milhões para apoiar produções no Rio de Janeiro. Essa iniciativa envolve uma parceria com a Agência Nacional de Cinema (Ancine), que destina R$ 100 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual para fomentar a cultura e fortalecer a indústria cinematográfica no estado. Essa movimentação mostra a relevância do cinema como uma ferramenta de expressão cultural e social no Brasil, ampliando o acesso à cultura e valorizando a arte audiovisual em um país ricamente dotado de talento criativo.