Segundo apurado pela Gazetaweb, além das cartas com conteúdo ilícito, o acusado também participa de projetos de leitura, estuda e trabalha na oficina de corte e costura dentro da unidade prisional. Em uma das cartas, o sentenciado fala sobre a compra de munições e pergunta sobre duas armas de fogo. Ele dá orientações detalhadas sobre a moradia de um subordinado e alerta para que o mesmo esteja atento.
Outra carta revela a insatisfação do homem com o preço da droga vendida a uma pessoa, pedindo que o valor seja ajustado porque o comprador é importante para a organização. Além disso, ele orienta sobre a possibilidade de fornecer uma arma de fogo, solicitando apoio ao indivíduo em questão.
Em uma das cartas, o acusado dá ordens a uma pessoa fora da prisão, possivelmente para executar um desafeto de um grupo criminoso rival em Rio Largo. Ele também cita valores que devem ser pagos semanalmente pelos membros da organização que estão livres, a fim de ajudar os colegas que estão presos, pedindo que os pagamentos sejam registrados.
Em algumas correspondências, o suspeito faz pedidos pessoais a uma mulher, possivelmente sua namorada, como levar comprovantes de depósitos financeiros, depositar valores em contas de terceiros, e até mesmo entregar drogas de boa qualidade. Ele expressa saudades e ansiedade para encontrá-la, demonstrando um lado mais afetivo em meio às questões criminais.
Essas correspondências trazem à tona a complexidade e a humanidade por trás das aparências de liderança criminosa. Mostram que, mesmo no ambiente hostil de uma prisão, sentimentos como saudade e preocupação com os colegas ainda podem transparecer, evidenciando a dualidade presente na vida de um suposto líder de uma organização criminosa.