Dessa quantia expressiva, 500 milhões de reais são previstos em arrecadação de impostos, revelando o impacto financeiro significativo que a festividade gera não só em termos de folia, mas também como motor da economia local. As ruas de bairros como Saara ficam repletas de artesãos e comerciantes oferecendo fantasias, adereços e produtos característicos da folia, destacando o papel crucial desses profissionais na celebração.
Um dos nomes proeminentes nesse contexto é Juscelino Ribeiro, chefe da equipe de arte da escola de samba Salgueiro. Ele tem apresentado inovações ao integrar tecnologia à arte carnavalesca, como o uso de robôs nas construções das alegorias. Com uma carreira marcada pela experiência em festivais, como o tradicional Festival de Parintins no Amazonas, Ribeiro traz uma perspectiva única para o Carnaval carioca, ressaltando a importância da colaboração entre diferentes expressões artísticas.
A inovação, segundo Ribeiro, não acaba na estética: a utilização de engrenagens e motores nas esculturas permite uma maior fluidez de movimento, enriquecendo a experiência visual do público. A preocupação com os desafios logísticos e os cronogramas rigorosos do carnaval também são aspectos que o artista destaca, visto que um simples erro pode comprometer o trabalho meticuloso de meses.
Em meio a essa engrenagem produtiva, Célia Domingues, diretora de empreendedorismo da Federação Nacional das Escolas de Samba, ressalta o papel das mulheres no Carnaval. Através da Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil, a instituição busca capacitar mulheres que desejam se inserir nesse espaço, historicamente dominado por homens. Célia explica que muitas dessas mulheres estão à procura de trabalho, e iniciativas como essas ajudam a preencher uma lacuna significativa.
Contudo, a entrelaçar-se com as boas novas está uma realidade desafiadora: para muitos trabalhadores do Carnaval, o sustento gira exclusivamente em torno dessa festividade. Alguns conseguem diversificar suas atividades e manter a produção durante o restante do ano, atendendo demandas em áreas como teatro e eventos sociais. A realidade demonstra que, embora o Carnaval represente uma explosão de criatividade e festividade, ele também traz à tona questões sobre a sustentabilidade econômica dos envolvidos.
Em suma, o Carnaval de 2025 não só se apresenta como uma festa de grande porte, mas também como um importante território de articulação cultural e econômica, revelando a força e a resiliência de todos aqueles que fazem dela uma experiência inesquecível.