Deputada Foragida Vota em Sessões do Congresso Enquanto Está em Fuga
A crise política no Brasil ganha novos contornos com o recente caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que se encontra foragida e na lista de procurados da Interpol, mas, ainda assim, registrou votos em sessões da Câmara dos Deputados durante sua fuga do país. Esse episódio de incongruência foi revelado por um portal de notícias que teve acesso aos registros de presença da parlamentar em diversas votações ocorridas de 26 de maio a 2 de junho.
Zambelli, que deixou o Brasil em 25 de maio, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a uma pena de dez anos de prisão. A condenação foi em decorrência da sua participação em um esquema de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de falsidade ideológica. Mesmo após a divulgação de sua fuga, a Câmara autorizou sua participação remota nas votações sob a justificativa de que ela estava em licença médica. Em particular, no dia 28 de maio, uma sessão presencial contou com sua votação, apesar de sua real localização, que já não era mais o Brasil.
Com o desenrolar do caso, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu pela prisão definitiva da deputada. Ele também solicitou a notificação da perda de mandato de Zambelli ao presidente da Câmara, além de determinar que o Ministério da Justiça inicie os trâmites para sua extradição. O esquema que levou à sua condenação foi elaborado com a ajuda do hacker Walter Delgatti, que invadiu sistemas do Judiciário sob a promessa de benefícios.
Essa situação embaraçosa para o Congresso levanta questões sobre a eficácia do sistema de controle de presença e o funcionamento das licenças médicas para deputados. O envolvimento de uma parlamentar em fraudes digitais, aliado à sua capacidade de ainda participar de decisões legislativas enquanto foragida, expõe fragilidades no sistema político e legal que merece atenção escrutinadora da sociedade.
Enquanto isso, o escândalo continua a se desenrolar, provocando reações tanto da população quanto de autoridades, que observam com desdém a desarticulação dos processos políticos em meio a ações de figuras que deveriam ser representantes do povo. A expectativa é que a situação leve a um maior rigor na fiscalização do cumprimento das normas nas casas legislativas.