A investigação apurou que Antunes atuava como um elo entre entidades que descontavam mensalidades das aposentadorias e os dirigentes do INSS responsáveis pela autorização e fiscalização desses descontos. A perspectiva é que, ao prestar declarações, Antunes se utilize de seu direito ao silêncio em momentos que possam incriminá-lo ou envolver outros indivíduos, incluindo figuras políticas.
Recentemente, surgiram informações que ligam Antunes a um senador de renome, com evidências de que ele recebeu apoio político na forma de designação do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, suspeito de receber propina em troca de acordos favoráveis a associações com práticas duvidosas. Antunes, que gerencia call centers dedicados à captação de novos associados, recebia comissões de 27,5% sobre os descontos aplicados.
A Polícia Federal identificou que o lobista movimentou cerca de R$ 30 milhões oriundos de associações relacionadas à “Farra do INSS”, que por sua vez geraram receita de R$ 852 milhões com esses descontos. Entidades como Ambec e Cebap, ligadas a Antunes, transferiram quantias significativas a ele, além de envolver diretores que receberam pagamentos e até bens de alto valor, como carros luxuosos.
Além da possível corrupção de ex-dirigentes do INSS, a investigação da PF explora casos de lavagem de dinheiro, incluindo aquisições de imóveis em locais estratégicos que levantam suspeitas sobre a origem ilícita dos fundos. As operações de Antunes se estendem a 15 empresas com o intuito de oferecer consultoria para estas associações, viabilizando um esquema complexo de intermediação e financiamento que levantou um rastro de irregularidades, atraindo cada vez mais a atenção das autoridades.
As próximas semanas serão cruciais para a CPMI do INSS e para Antunes, cuja posição no centro deste esquema tem potencial para revelar mais detalhes sobre a rede maior de corrupção infiltrada nas estruturas administrativas de proteção social no Brasil.