Segundo Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, o cenário macroeconômico atual favorece a recuperação da indústria de fundos, com a expectativa de novas quedas na taxa de juros e a redução da inflação. Isso se traduz na tendência de os investidores direcionarem mais recursos para essa modalidade nos próximos meses, especialmente para os fundos com maior exposição a risco, como os multimercados e de ações.
No entanto, o desempenho da indústria tem sido impulsionado principalmente pelo setor de fundos de renda fixa, que registrou uma captação líquida de R$ 67,3 bilhões em janeiro. Os tipos de fundos de renda fixa que mais atraíram recursos foram aqueles que aplicam em títulos públicos de curto prazo e em ativos e derivativos de renda fixa, com captação de R$ 36,6 bilhões e R$ 8,3 bilhões, respectivamente.
Além disso, os fundos de previdência, de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e de investimento em participações (FIPs) também registraram uma captação positiva em janeiro. No entanto, os fundos de ações e multimercados sofreram resgates, com valores significativos, indicando um cenário mais desafiador para essas categorias.
Em relação à rentabilidade, os cambiais foram os que apresentaram os melhores resultados em janeiro, com ganho de 2,28%, em linha com a subida de 1,8% do dólar no período. Já na classe de renda fixa, os fundos de dívida externa obtiveram rentabilidade de 1,73%. Por outro lado, os fundos de ações registraram rentabilidade negativa, acompanhando a queda do Ibovespa.
Diante desses números, a indústria de fundos de investimento mostra sinais de recuperação, impulsionada pela melhora no cenário econômico e pela busca dos investidores por opções mais rentáveis em um ambiente de queda na taxa de juros e redução da inflação. O desafio agora será manter esse crescimento e atrair novos recursos nos próximos meses.