Em resposta à desvantagem, Jara adotou uma postura mais agressiva em debates e entrevistas, procurando expor as contradições nas propostas de Kast. Durante um debate recente, ela pressionou Kast a esclarecer como pretende realizar cortes orçamentários de US$ 6 bilhões e planejar a expulsão de 330 mil imigrantes indocumentados. A falta de respostas concretas por parte de Kast foi uma oportunidade que Jara aproveitou para criticá-lo, o que pode ter mudado a dinâmica da disputa.
Analistas políticos como Marcelo Mella e Daniel Grimaldi observam que essa nova estratégia de Jara pode ser eficaz se ela conseguir destacar as fraquezas do oponente. Mella menciona que, até o primeiro turno, a campanha de Kast teve pouca contestação, o que permitiu sua ascensão. Contudo, ele alerta que não é apenas o ataque a Kast que pode trazer resultados; ela precisa consolidar o apoio dos eleitores e testá-los em relação a um cenário de governo.
Apesar dos esforços de Jara, muitos especialistas acreditam que sua trajetória se mostra difícil. Mesmo que ela consiga diminuir a distância nas intenções de voto, isso pode não ser suficiente para uma vitória. O apoio recebido por Kast de outros candidatos, como Johannes Kaiser e Evelyn Matthei, fortalece sua posição, conferindo-lhe uma base sólida.
Ademais, Mella pondera sobre as repercussões de uma possível derrota para Jara: o aumento no número de votos em sua candidatura poderia enfraquecer a administração de Kast, obrigando-o a negociar para governar, visto que o Partido Republicano ainda não possui a maioria no Congresso.
Os próximos dias serão cruciais para Jara. Ao se posicionar de maneira assertiva, ela não só busca reverter sua situação nas pesquisas, mas também preparar um terreno que poderia dar relevância ao seu atual governo em um eventual Congresso. Assim, o panorama eleitoral chileno se delineia como um jogo de xadrez, onde cada jogada pode mudar as chances de vitória ou derrota para ambos os lados.









